quinta-feira, outubro 27, 2005

Cancro financeiro e democrático














Ficamos a saber pelo Diário Económico que com os Socialistas a governar, primeiro anunciam-se as obras, e depois aparecem os estudos de viabilidade económica e até ambiental.

Quer-me parecer que os estudos não são, certamente, muito favoráveis ao governo socialista (e a Portugal), senão, que sentido faria anunciar luz verde antes de serem analisados e discutidos os resultados dos mesmos? No entanto, mesmo que o fossem, não é admissível que possamos avançar para uma obra desta natureza sem uma discussão alargada da relação custo/beneficio deste projecto.

Haverá outras alternativas? Quais? Quanto custam? São viáveis? Quanto teremos de pagar pelo aeroporto da OTA? Qual é o custo de oportunidade? Quanto vai o estado investir? É auto-sustentável ou terá de ser subsidiado? Os privados vão investir quanto, em que áreas? Qual é a vantagem (se existir) de um aeroporto a 40 km da capital? Vai afectar o tráfego do Aeroporto Francisco Sá Carneiro? Com que impacto? Vai trazer mais turistas para Portugal? Quantos? Qual vai ser o custo por passageiro até ao final da vida útil do aeroporto?

Convém recordar o papel da oposição em tudo isto, nomeadamente do PSD que actualmente se manifesta contra, embora no passado tenha tido um papel activo no apoio deste projecto megalómano, e ao qual alguns dos seus dirigentes ainda se mostram coniventes

Este governo é um autêntico cancro financeiro e democrático, e como todos sabemos, os cancros tem de ser extraídos a tempo senão todos corremos sérios riscos...

Tenho a sensação (quase absoluta) que os ditos estudos que vão aparecer lá para a segunda quinzena de Novembro não vão responder a metade das perguntas que coloquei.