quarta-feira, novembro 23, 2005

Implosão ou a prosa de um poeta e um dinossauro, numa fábula de um pensador grego

Há um partido em Portugal que têm dois candidatos, dois, à Presidência da Republica. Um claro sinal de pluralismo e democraticidade interna, dirão os menos atentos ou os mais inocentes. Um claro sinal de divisão interna, dirão os comentadores. O facto é que pouco importa. A realidade é que o poeta só vive porque renasce contra o dinossauro, e o dinossauro só surge porque o poeta é poeta e nao é dinossauro. Uma espécie de parasitismo mútuo, num corpo comum onde ambos militam, um mais à esquerda outro mais ao fundo da gaveta, bem se entenda.

Ora, nada disto tinha interesse nem traria nada de novo à nossa animada mas mediocre politica nacional se nao fosse a entrada no campo da honra pessoal. A honra do pensador grego, defendendo o dinossauro do perigosissimo poeta foi posta em causa. E a honra e a palavra de um homem, seja ele poeta, dinossauro ou pensador grego, devia ser algo de fundamental. Pelo menos nós na Direita pensamos e agimos assim.

Mas eles não. O pensador grego - qual ilustre figura que ocupa um cargo outrora tao prestigiado do Estado Lusitano - , prescinde da honra, só quer a glória de derrotar o poeta, mesmo tendo que recorrer ao Dinossauro para o fazer, porque sabe bem o incómodo que a presença do poeta significa.

O poeta - esse grande combatente do exércio angolano, perdão, português, perdão, nao sei bem que exercito, visto que desertou, foi a tribunal militar e depois amnistiado(!!!!!!!!!!) - , dizia eu, O poeta, quis defender a sua honra. Mas a questão é pertinente, quem vem primeiro? A prosa do poeta ou o ovo do dinossauro ?! Gostava de pensar que o pensador grego diz a verdade, mas o facto é que aquando da decisão, o dinossauro ja hibernava e o poeta ja fazia prosa ha muito!

E assim, sem honra nem glória e com implosão em curso e com data e hora ja marcadas, o dinossauro finge que não tem medo do poeta virando-lhe as costas, o poeta finge que nao atentaram contra a sua honra e continua a sua prosa e o pensador continua a pensar...sendo isto, talvez, o pior...