segunda-feira, novembro 14, 2005

Menos Estado

Perante o fim das golden shares, o Governo anuncia a intenção de aumentar a participação no capital social da PT. A economia europeia tem destas coisas hilariantes. O estado privatiza as empresas, no entanto, quer continuar a interferir nas mesmas com acções preferenciais.

Convém lembrar que no caso da PT o governo tem apenas 500 golden shares, e insiste em interferir constantemente nas decisões estratégicas da empresa. Na minha opinião o estado tem de ser consequente. Se privatiza não pode depois querer controlar as mesmas.

Trata-se de pura distorção, que ainda por cima é potencialmente perigoso nos casos da existência de monopólios. O Estado fica exposto às exigências dos consumidores, e pode tomar decisões gravosas para os interesses da empresa.

Pura e simplesmente acabe-se com as golden shares. Perigo de uma OPA? Não existe, os estatutos estão bloqueados. O governo deve é regular o mercado para que funcione de forma regular e incentivando a concorrência.

Considero que a PT não é estratégica para Portugal, até porque em casos extremos o governo pode sempre usar os reguladores para pressionar a PT, e para corrigir as falhas do mercado.

Chega de o governo querer estar em todo o lado ao mesmo tempo e de interferir (ainda por cima mal) onde não é o seu core business. Queremos é um estado menos interventivo, mais virado para as funções reguladoras e que deixe o mercado funcionar, porque funciona sempre melhor do que quando o estado lembra-se de exercer poder de intervenção que retira valor aos accionistas.

2 Comments:

At 4:12 da tarde, Blogger Carlos Martins said...

De facto, as golden shares há muito que foram abolidas do panorama europeu, dado que são, de facto, forma pouco honesta de continuar a controlar algo que já foi vendido. Foi uma medida muito popular em periodo de nacionalizações por toda a Europa e em Portugal em particular, surgindo como mais uma herança dos anos negros pós-25 de Abril.

 
At 3:15 da manhã, Blogger ddc said...

Lá vamos nós ser condenados, outra vez, pelo Tribunal de Justiça das Comunidades!

 

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