segunda-feira, outubro 31, 2005

Leitura Obrigatória

Um grande post do Eduardo Nogueira Pinto.
De facto, cada vez mais, o CDS-PP terá de se assumir como o partido da sociedade civil, tendo como agenda imediata a alteração da Constituição e a diminuição do peso do estado, temas a que juntaria uma verdadeira reforma fiscal.
Aliás, de cada vez que se falasse em impostos parece-me que o CDS-PP deveria falar em flat rates.

3 Comments:

At 9:07 da manhã, Blogger AA said...

"baixa de impostos" ou "redução do peso do Estado" penso ser mais prudente.

Não me parece haver no CDS consenso ou capital intelectual para defender a flat rate, dado ser uma dura batalha contra a alegada "justiça" da progressividade do sistema fiscal...

 
At 12:53 da tarde, Blogger ddc said...

Caro AA.,

Bem sei que não haverá consenso dentro do CDS-PP, mas haverá, com toda a certeza, capital intelectual para se começar o debate, o qual deverá não só por em causa a dita justiça da progressividade do sistema, como também a dita justiça dos impostos directos sobre os indirectos.

Concordo, também, que expressões como "baixa de impostos" ou "redução do peso do Estado" são mais prudentes, mas não me parecem os mais adequados.

Julgo que aos liberais se colocam duas estratégias. Uma, menos ousada, que será uma estratégia de pequenos passos que posteriormente funcionarão como uma bola de neve. Neste caso, as palavras deverão ser meticulosamente escolhidas para não afugentar ninguém.

Uma outra perspectiva – quanto a mim mais ousada – passa por quebrar barreiras, quebrar preconceitos ou estigmas. Neste caso devem ser levadas para a discussão as perspectivas mais “radicais”, ainda que se saiba que se defende 100 para apenas conseguir obter, pelo menos a curto prazo, 10. Este política levantará mais anticorpos, mas – espero – provocará a mudança de mentalidade que, julgo, ambos ansiamos.

Um abraço

P.S. Parabéns pelo seu excelente Blog.

 
At 10:19 da manhã, Blogger AA said...

Caro DDC,

Não queria minimamente insinuar que não havia inteligência dentro do CDS! :) Nada disso, que tinha de incluir o meu colega e amigo AMN que eu tenho em grande consideração.

Mas a questão da flat rate, que já abordámos no A Arte da Fuga, mexe com mentalidades muito enraizadas, e o ónus de provar a sua injustiça é de quem quer mudar o sistema.

É muito fácil cair no jogo socialista e passar a defender o sistema porque é mais "justo". Também é muito fácil defendê-lo porque é mais eficiente, como se a eficiência da máquina [de tortura] fiscal fosse algo que nos devesse encher de esperança para o futuro.

O enfase deverá ser sempre a redução do peso do Estado, traduzindo-se na redução de impostos (ou a inversão do processo, como propunha Friedman). Daí que eu pense que o combate ideológico deve focar-se na redução da despesa e na reforma dos sistemas económicos e sociais.

Temos discutido esses dois planos. Eu acredito que terá de haver uma vanguarda de pensamento liberal, algo que não tem faltado na blogosfera, mas que a acção política terá de ser mais moderada e sustentada. O máximo denominador comum liberal hoje em dia é melhor que o socialismo inerente ao sistema.

Sobretudo é preciso explicar— e é um conceito que alguns sectores do CDS ainda não interiorizaram— que há socialismo de esquerda e de direita, e que o liberalismo não pode ser realizado segundo um modelo conservador ou democrata-cristão imposto pela política ou pelo Estado.

Um abraço,

António Amaral

PS - obrigado pelo elogio, o Lobby também é uma agradável descoberta!

 

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