Eixo do mal-parte II
Com a vitória do Hamas na Palestina, e com o discurso do Estado da União por estes dias, não me surpreenderia que o Presidente dos Estados Unidos apresentasse ao mundo o renovado eixo do mal.No original, este eixo resumia-se a Iraque, Irão e Coreia do Norte. Presumo que o Iraque seja excluido agora, não porque a situação no Iraque seja a melhor, mas porque é incomportável para os E.U.A. não passar uma mensagem de "job well done" em relação ao Iraque, sobretudo depois das eleições iraquianas terem passado de forma pacifica e sem grandes convulsões, mesmo depois de anunciados os resultados.
Olhando para os ultimos desenvolvimentos, o novo eixo do mal parece alargar-se nos seus membros, e duvido que a Palestina não seja incluida agora também.
A situação no Médio Oriente tem vindo a deteriorar-se, e mesmo se a democracia começa a vingar na região, esta está ainda muito vinculada à religião e aos grupos armados da região, e por isso não produz os resultados que no Ocidente desejaríamos, mas reflecte o estado actual das sociedades desses países, onde a pobreza e os maus-tratos são a regra, e em que os direitos humanos são um conceito limitado e longe daquilo que é o nosso entendimento.
O novo eixo do mal é portanto, no meu entendimento, a consequência da maneira como se tem desenvolvido a política externa dos E.U.A. e da U.E., e para além de Coreia do Norte e Irão vai agora incluir Siria e Palestina nessa lista de regimes a eliminar.
Creio que já é altura de percebermos que uma política externa iminentemente bélica e centrada nos interesses dos E.U.A. e U.E. não resulta, e que se queremos paz, desenvolvimento e estabilidade noutras regiões do mundo não basta dizê-lo, há-que fazê-lo, de forma séria, consistente e honesta, e respondendo aos anseios das pessoas nessas regiões para que não haja novos Hamas a ganharem eleições noutros países.
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