quarta-feira, dezembro 07, 2005

Detestamos ter razão...

A CPD de Aveiro da JP apresentou ha bem pouco tempo uma moção estratégica global ao congresso nacional, a realizar em Bragança nos proximos dias 17 e 18 de Dezembro.

Apontamos factores de competitividade, nomeadamente no que respeita aos trabalhadores. Não precisamos ter vergonha de dizer o que pensamos, mesmo que seja contra muito o que o 25 de Abril trouxe em termos de legislação laboral inspirada no pensamento marxista leninista, que ainda hoje prolifera por esses so called sindicatos (!!!!!). A legislação é nociva aos interesses da economia do País e, em última análise, dos próprios trabalhadores.

Apresentamos propostas concretas para reduzir custos de horas extraordinarias, de redução de benefícios, em geral de adaptação de salários à produtividade, já que é a única forma sustentável de manter níveis salariais. Mas estas propostas não surgiram do céu, como que por milagre, ou iluminismo da nossa parte. Havia o conhecimento da situação real do País, nomeadamente, do caso concreto da AutoEuropa.

A AutoEuropa contribui em 1/3 das exportações nacionais e tem um peso enormíssimo no nosso PIB. Mas a AutoEuropa não é uma associção de caridade muito menos a santa casa da misericordia! Se cá está, é porque é rentável. Invertendo o raciocínio, só fica enquanto for lucrativo ficar.

Neste seguimento, custa-me perceber a posição dos sindicatos e dos trabalhadores da fábrica de Palmela. Não consigo perceber se se trata de pura falta de visão (há quem chame a isso falta de inteligência, mas não quero ofender os nossos sindicatos...) ou se se trata de ambição desmedida (sim, porque com a extraordinária oferta de emprego existente no país, será fácil arranjar trabalho caso a fábrica feche...). Ora, se os custos de produção aumentarem, não será logico que a AutoEuropa fique menos competitiva? E que por isso mesmo lhe seja mais complicado garantir o fabrico de novos modelos? E que isto, em última análise, resultaria no fecho da fabrica? Neste contexto e numa conjuntura claramente desfavorável ao País, nao seria de bom senso aos sindicatos NO MINIMO terem as mesmas medidas de austeridade que o português médio?

Mas NÃO! Os sindicatos EXIGEM aumentos salariais CLARAMENTE superiores à inflação... É brilhante, sem dúvida, a capacidade de defesa dos trabalhadores por parte destes sindicalistas...E depois argumentam que ninguém defende os postos de trabalho...

A JP de Aveiro tinha e tem razão quando defende a flexibilização das leis laborais!

Viva Portugal!