O valor da liberdade
No dia 5 de Dezembro de 1992 na "Revista" do Expresso surge a controversa ilustração de António da habitual crónica de João Carreira Bom: o Preservativo Papal. Esta foi a polémica mais quente em que António se viu envolvido. Com este cartoon António procura criticar a interdição papal do preservativo, apesar da deflagração da SIDA. A reacção não foi imediata, mas três meses mais tarde a controvérsia explode quando um grupo católico organiza um abaixo-assinado de 20 mil assinaturas, e move uma queixa à Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS).Na imprensa nacional, as opiniões flutuaram entre a defesa do direito à livre expressão e criação (defendido por personalidades como Baptista Bastos, Cid, José Augusto França, Herman José, Maria do Céu Guerra, Mário Viegas, Raul Solnado e outros) e a condenação da "mão maligna" de António.
Contudo, a AACS concluiu que «a caricatura não ultrapassou os limites postos pela lei vigente à liberdade de imprensa».
1) Onde estão estes acérrimos defensores da liberdade de expressão de outros tempos? Em 92 não houve embaixadas incendiadas, ninguém morreu, não se ameaçou ninguém de morte…mas uma recolha de assinaturas…
2) Não se conhecem criticas à altura de Freitas do Amaral a condenar a decisão da AACS, que considerou, tratar-se de…liberdade de expressão!
3) A verdadeira cobardia do Ocidente em pedir desculpas aos bárbaros que de forma fundamentalista levantam ondas de ódio em todo o mundo e até ameaçaram de morte milhares de europeus, é por si só, mais condenável do que os próprios cartoons.
4) A questão pragmática, é o valor da liberdade, porque a única forma que o Ocidente do politicamente correcto tem de controlar o que os jornais publicam, é puramente censura e censurável.
5) Começo a pensar que o problema de alguns estado europeus, está no facto de começarem a perceber o que George Bush considerou ser o “Eixo do mal”, a morte de 11 pessoas no Afeganistão, e a perseguição barbara de tudo o que é ocidental, é claramente mais do que uma suposta guerra religiosa, é pura manipulação da opinião pública, perpetuada por aqueles que parte do Ocidente ousa ainda proteger.
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