sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Eu? NÃO!




Não era para me envolver nesta campanha, aliás tinha mesmo dito a amigos e família que este referendo me deprimia e que não entendia, nem entendo, como é que estou recenseado ainda não há 10 anos e já é a segunda vez que me perguntam se quero despenalizar a “Interrupção Voluntária da Gravidez”, e pela segunda vez vou ter que dizer: NÃO!

Acontece porém que, a pedido de um amigo, fui a um debate entre o Sim e o Não à dita despenalização (que sendo despenalizada acaba por ser uma legalização) e decidi que não podia passar ao lado desta campanha e que, como cidadão, tenho o dever de dar a conhecer a minha opinião neste referendo (neste caso até considero direito depois de ouvir algumas barbaridades na tal sessão de esclarecimento) que ao contrário do que alguns dizem não é uma questão de consciência individual e de opção pessoal a que se trata aqui, mas antes uma discussão séria sobre a nossa consciência colectiva enquanto povo, enquanto comunidade, sociedade, enquanto país.

A prática do aborto (não usarei mais as palavras “interrupção voluntária da gravidez” porque considero abusivo o uso da palavra interrupção, que pressupõe a possibilidade de retoma, para descrever o acto de matar que é o aborto, e parece-me a mim que morto é bem diferente de interrompido…) e a sua despenalização ou não, tem muito que ver com o conceito civilizacional que temos do nosso país, um país em que cresci a aprender e respeitar a vida, do seu início até ao seu fim, sempre! O Portugal que amo e em que quero viver respeita a vida humana, daí que tenha sido pioneiro a abolir a escravatura e a pena de morte, o Portugal que amo e em que quero viver apoia e incentiva a criação de famílias não propõe o seu extermínio ainda antes da nascença, o Portugal que amo e em que quero viver deseja todas as vidas não as despreza por dificuldades económicas ou sociais, o Portugal que eu amo e em que quero viver não acha que a prática livre de aborto até às 10 semanas seja aceitável e é uma questão de consciência individual mas antes um atentado à nossa consciência colectiva enquanto povo, enquanto nação, e é por isso que dia 11 de Fevereiro eu vou dizer: NÃO!

Em todos os casos de saúde pública o que se faz é penalizar, criminalizar, proibir o uso, usufruto ou prática do que quer que esteja em causa (tabaco, álcool, droga, etc.), não é o contrário, não se diz “já que se faz que se lixe, despenalize-se (legalize-se)!”, então porque é que na questão mais suprema, e primordial da nossa existência, que é o direito a existirmos, somos ao contrário? Quem é que honestamente acredita que é despenalizando o aborto até às 10 semanas que se combate o aborto clandestino? Quem é que honestamente acredita que é despenalizando o aborto até às 10 semanas que as mulheres terão mais e melhor saúde do que a que têm agora? Quem é que honestamente acredita que até ás 10 semanas não faz mal, e às 10 semanas e 1 segundo não se pode tocar porque é uma vida humana e, pasme-se, dá cadeia se abortar (não é por isso que andam para aí a dizer que se deve votar sim para que as mulheres não sejam presas? Pois não se pasme, vão continuar a ir presas mesmo que vote sim!)? Honestamente, no dia 11 de Fevereiro diga NÃO!

Num país em que se morre à espera de ambulância, em que não há dinheiro para subsidiar o tratamento de doenças, em que há listas de espera nos hospitais, num país em que não há meios para se defender a vida e mantê-la, claro que este governo e esta maioria parlamentar em conjunto com esta esquerda “facilitista “ só pode vir agora propor o aborto, mas eu pergunto, se não há dinheiro para manter vivo quem já nasceu quem vai pagar o assassinato dos que estão por nascer? EU NÃO!

1 Comments:

At 7:13 da tarde, Blogger solitarioh2005 said...

excelente texto.
Muitos parabens.
Só agora li este texto ( 21 Fevereiro). E o texto está optimo.

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