terça-feira, fevereiro 28, 2006

Só um para dizer que estou vivo

PSD quer adiar reforma do sistema eleitoral.

Tendo em conta que quando se fala de reforma do sistema político, verdadeiramente se pretende a extinção administrativa dos partidos mais pequenos, esta não pode deixar de ser entendida como uma boa notícia.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Choque tecnológico e Marques Mendes III



via
abarrotado.blogspot.com

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Internet para todos...

«MAIS AVENTURAS NO FRONT-OFFICE
Dois homens de meia idade. Um fala e o outro vai acenando com a cabeça.
-Olhe, eu queria um endereço electrónico. Disseram-me que era aqui que se pedia. Demora muitos meses?
-Desculpe mas não estou a entender. Um endereço electrónico?
-Sim. Foi isso que me disseram que eu tinha que ter e disseram-me que era aqui que se pedia.
-Mas... (eu feita parva numa tentativa de perceber se era outra coisa qualquer que ele queria) É para que efeito?
-Para emigrar. Disseram-me que se pode ir à internet, sabe o que é internet? Pois disseram-me que a gente vai à internet e tira de lá uma lista de firmas que aceitam emigrantes no estrangeiro está a perceber? Mas primeiro temos que ter um endereço electrónico.
-É que isto é o seguinte: Um endereço electrónico serve para receber e enviar mensagens. Alguém ficou de lhe enviar essa lista por mail e o senhor tem que ter um endereço electrónico, é isso?
-Não! (O senhor começava a mostrar-se impaciente) A gente vai ao computador percebe? E depois tira de lá a lista das empresas que aceitam emigrantes no estrangeiro! Só que temos que ter um endereço electrónico!!!
-Olhe, o senhor, para recolher informação da internet, o que tem que ter é um computador ligado à internet. O endereço electrónico é muito fácil de conseguir e não tem que o pedir em repartição nenhuma!
-Mas é para tirar a lista das empresas, está a perceber ou não?
-O senhor tem internet?
-Eu não!
-Então se calhar o que o senhor quer é instalar a internet em casa. Será?
-Eu não! Nem computador tenho, para que quero eu isso? Ouça! Eu quero um endereço electrónico e disseram-me que vocês aqui davam! Então dê-me o papel para eu preencher faz favor!
-Pronto! Então o senhor quer um endereço electrónico.
-Pois é o que eu lhe estou a dizer há que tempos!
-Mas não tem que o pedir em lado nenhum. O senhor faça assim: Vai a um posto público de internet, pode ser numa junta de freguesia, na montra do Aveiro Digital, num net-café, qualquer um. Entra na internet e cria um endereço electrónico.
-Só isso?
-Sim. Só isso. Mas se não sabe como fazer isso, convém ir acompanhado de alguém que saiba, para o poder ajudar. Está bem?
-Está bem então. Muito obrigado e boa tarde.
-Boa tarde!
Levantaram-se e saíram. Ao transpor a porta, ainda os ouvi dizer um para o outro:
-Cá para mim a gaja não percebe mas é nada disto!»

[via Farinha Amparo]

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Colectivismos diabólicos


Nicolae Ceausescu, alem de comunista e lunático, foi também Presidente da Roménia em 1965, um ano depois ilegalizou o aborto.

Desenganem-se aqueles que pensam que Ceausescu era pela protecção da vida ou até uma nova derivação comunista que pudesse ser conservadora nos valores e defensor do direito à vida.

Simplesmente, a ideia marxista-leninista da colectividade imperava na sua agenda para criar uma nação merecedora do Homem Novo Socialista, uma nação que se queria numerosa. A Roménia tinha um índice de natalidade baixo, pelo que Ceausescu proclamou: “O feto é propriedade de toda a Sociedade”

A instrumentalização do feto, mesmo ilegalizando o aborto, é (mais uma) prova do maquiavelismo da ideologia comunista.

A OPA hostil

"Felizmente, o presidente do Irão já veio garantir que o Holocausto nunca existiu. Sustentar o contrário é uma grave ofensa para o Islão radical e para o Irão tal e qual. É abalar com perfídia o objectivo de destruição de Israel a que ambos aspiram em nome do profeta.

O Ocidente, as democracias europeias, os intelectuais decadentes, os analfabetos políticos, alguns cineastas perversos, têm gasto inúteis rios de tinta com o Holocausto. Ora é sabido que não houve Holocausto nenhum. O que houve foi uma vaga de frio na Europa em guerra da primeira metade dos anos quarenta e um benemérito chamado Adolfo que mandou preparar sistemas de aquecimento central, lateral e colateral para nada menos de seis milhões de judeus desprotegidos.

Estes ineptos sequazes de Jeová, na imperícia que etnicamente os tem caracterizado desde os tempos de Moisés, não souberam lidar com os sofisticados dispositivos da tecnologia alemã e por isso ficaram deveras chamuscados, situação que foi logo ignobilmente aproveitada pelo eixo do mal da propaganda norte-americana e do imperialismo sionista.

O embaixador do Irão em Lisboa abunda neste mais do que justo fundamentalismo furibundo da sua entidade patronal. E a Europa das grosseiras liberdades lá ficará outra vez esverdinhada de vil ignomínia, a não ser que algum dirigente a venha redimir, na sua prudente sabedoria, pedindo desculpas colectivas ao Islão e ao Irão por alguma vez se ter ousado falar do Holocausto onde se devia ter referido a péssima utilização do microondas. Oxalá. Quero dizer, Inch'Allah.

A consciência musculada da culpa já conseguiu transformar-nos em digno bode expiatório dos actos de um asqueroso caricaturista dinamarquês. Há portugueses de lei que souberam dar novas culpas à culpa, tal como os portugueses de antanho foram capazes de dar novos mundos ao mundo.

Desgraçadamente, Portugal preza o leitão da Bairrada, o salpicão de Vinhais, o presunto de Lamego e de Chaves, a feijoada com tripas, a carne de porco à alentejana. Entre a sarrabulhada e o toucinho entremeado, Portugal vive de mastigar e deglutir o animal imundo cozinhado de cento e tantas maneiras, refocilando-se, suinicida e torpe, numa permanente ofensa às barbas sacrossantas do profeta. E não contente com a transgressão desse interdito, Portugal gosta da boa pinga em todas as suas modalidades fermentadas de verde e de maduro, de branco e de tinto, de licoroso e de rosé, de conhaques, bagaceiras e cervejas.

Mas Portugal prevarica muito mais. Defende o Estado de Direito, a democracia representativa, os direitos fundamentais, entre eles a liberdade de pensamento e de crença, a liberdade de expressão e de costumes, a igualdade total entre homens e mulheres, o pleno direito dos gays à sua opção sexual, sem contar que aceita a licitude da representação da figura humana, enfim, toda uma série de princípios, comportamentos e pecados nefandos para os quais, islamicamente falando, o castigo justo é a lapidação pela inflamada sanha popular ou o implacável faiscar das cimitarras sobre as nucas vergadas dos infiéis.

Pois não será sem tempo. Para já, repito, Portugal obstina-se com escândalo numa permanente ofensa ao Islão. Os Afonsos hirsutos e os Sanchos broncos da primeira dinastia mais não fizeram do que expandir o território à custa do dito. Bem no sabe qualquer biógrafo do nauseabundo D. Afonso Henriques. Nem se percebe que Freitas do Amaral tenha a ingenuidade malsã de considerar que "o Rei de Portugal não foi mais brutal com os sarracenos do que estes com os cristãos" (D. Afonso Henriques, p. 192), nem que afirme, para justificar o que, afinal, é injustificável, que "o interesse vital dos portugueses, no século XII, era conquistar a independência a norte, e expulsar do território o invasor árabe, a sul" (p. 193).

De Santarém aos Algarves, Portugal não tem qualquer razão de existir. As Cruzadas foram uma agressão repelente e Lisboa foi conquistada aos Mouros com o auxílio dos Cruzados. Para esse fim foi constituída "uma poderosa coligação internacional, de cariz europeu"; e até nisso ocorria, - ó atávica fatalidade! - "a modernização tecnológica, trazida pela 'Europa connosco'!" (Amaral dixit, a pp. 134 e 135).Felizmente, é de supor que o Governo já esteja a tomar as necessárias providências e tencione lançar uma OPA hostil e tremenda sobre Lisboa para devolver a princesa do Tejo aos árabes espoliados. Já, na passada do engenheiro Belmiro. "

Vasco Graça Moura
vgm@mail.telepac.pt
Escritor, professor universitário

[Diogo Duarte Campos]

Há muito que chegou...


A causa que interessa :)

Cuba

Em Havana, Cuba, vai um miudo pela estrada, cruza-se com Fidel Castro.
Este, ao ver que o miudo o ignora, pergunta-lhe:
- Oye niño, sabes tú quién soy yo?
- No señor, no se quién es usted, ni me interesa.
Fidel muito chateado diz-lhe: Como castigo por no conocer al comandante Castro, ahora mismo tienes que decirme 20 palabras que comiencen con la etra "C" para que nunca más en tu vida se te olvide que mi apellido es Castro con la letra "C".
E o miudo diz:
- Compañero Comandante Castro, cómo y cuando, carajo, comeremos carne con cerveza Corona como comen los camaradas comilones del Comité Central Comunista Cubano...?
Fidel ficou de boca aberta, e após um momento disse: Falta una!
E o miudo concluiu: Cabrón!

Via email.

Chegou hoje!

Causa Liberal

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Serviços Públicos

Ministros de Portugal

Numa reunião com o presidente da Suíça, o 1º Ministro português apresentou-lhe os seus ministros : - Este é o Ministro da Saúde, este é o ministro dos Negócios Estrangeiros, este é o Ministro da Educação, este é o Ministro da Justiça,este é o Ministro das Finanças ... etc. Chegou a vez do Presidente da Suíça: - Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro dos Desportos,este é o da Educação, este o da Marinha ...

Nessa altura o nosso Ministro começa a rir : - Ha! Ha! Ha! Para que é que vocês têm um Ministro da Marinha,se o vosso país não tem mar ? O Presidente da Suíça então responde : - Não seja inconveniente, que quando você apresentou os Ministros da Educação, das Finanças e da Saúde eu também não me ri.

Via e-mail

domingo, fevereiro 19, 2006

Assim não vamos lá


Fonte: Eurostat


Fonte: U.S. Federal Reserve

Em primeiro lugar lamento os graficos toscos, mas são os primeiros que consegui exportar do excel para o blogger, mas o fundamental são os números e quanto aos números nao ha qualquer dúvida...O modelo norte-americano além de gerar mais crescimento económico e bem estar social (menos desemprego, metade do desemprego!!)

Importa que os números sejam denunciados, e que a esquerda dita social, venha lá explicar porque é que com a legislação dita protectora dos trabalhadores, o desemprego é mais do dobro do que numa economia mais liberal e mais amiga dos investidores e da meritocracia defendida por Thomas Jefferson à mais de 200 anos, por cá só pensamos em proteger o que é mediocre, e os resultados estão à vista...

O cerco

"JÁ FALTOU mais para que um dia destes tenha de passar à clandestinidade ou, no mínimo, tenha de me enfiar em casa a viver os meus vícios secretos. Tenhoum catálogo deles e todos me parecem ameaçados: sou heterossexual «full time»; fumo, incluindo charutos; bebo; como coisas como pezinhos de coentrada, joaquinzinhos fritos e tordos em vinha d'alhos; vibro com o futebol; jogo cartas, quando arranjo três parceiros para o «bridge» ou quando, de dois em dois anos, passo à porta de um casino e me apetece jogar «black-jack»; não troco por quase nada uma caçada às perdizes entre amigos; acho a tourada um espectáculo deslumbrante, embora não perceba nada do assunto; gosto de ir à pesca «ao corrido» e daquela luta de morte com o peixe, em que ele não quer vir para bordo e eu não quero que ele se solte do anzol; acredito que as pessoas valem pelo seu mérito próprio e que quem tem valor acaba fatalmente por se impor, e por isso sou contra as quotas; deixei de acreditar que o Estado deva gastar os recursos dos contribuintes a tentar «reintegrar» as «minorias» instaladas na assistência pública, como os ciganos, os drogados, os artistas de várias especialidades ou os desempregados profissionais; sou agnóstico (ou ateu, conforme preferirem) e cada vez mais militantemente, à medida que vou constatando a actualidade crescente da velha sentença de Marx de que «a religião é o ópio dos povos»; formado em direito, tornei-me descrente da lei e da justiça, das suas minudências e espertezas e da sua falta de objectividade social, e hoje acredito apenas em três fontes legítimas de lei: a natureza, a liberdade e o bom senso. Trogloditas como eu vivem cada vez mais a coberto da sua trincheira, numa batalha de retaguarda contra um exército heterogéneo de moralistas diversos: os profetas do politicamente correcto, os fanáticos religiosos de todos os credos e confissões, os fascistas da saúde, os vigilantes dos bons costumes ou os arautos das ditaduras «alternativas» ou «fracturantes». Se eu digo que nada tenho contra os casamentos homossexuais, mas que, quanto à adopção, sou contra porque ninguém tem o direito de presumir a vontade «alternativa» de uma criança, chamam-me homofóbico (e o Parlamento Europeu acaba de votar uma resolução contra esse flagelo, que, como está à vista, varre a Europa inteira); se a uma senhora que anteontem se indignava no «Público» porque detectou um sorriso condescendente do dr. Souto Moura perante a intervenção de uma deputada, na inquirição sobre escutas na Assembleia da República, eu disser que também escutei a intervenção da deputada com um sorriso condescendente, não por ela ser mulher mas por ser notoriamente incompetente para a função, ela responder-me-ia de certeza que eu sou «machista» e jamais aceitaria que lhe invertesse a tese: que o problema não é aquela deputada ser mulher, o problema é aquela mulher ser deputada; se eu tentar explicar por que razão a caça civilizada é um acto natural, chamam-me assassino dos pobres animaizinhos, sem sequer quereremperceber que os animaizinhos só existem porque há quem os crie, quem os cace e quem os coma; se eu chego a Lisboa, como me aconteceu há dias, e, a vinte quilómetros de distância num céu límpido, vejo uma impressionante nuvem de poluição sobre a cidade, vão-me dizer que o que incomoda verdadeiramente é ofumo do meu cigarro, e até já em Espanha e Itália, os meus países mais queridos, tenho de fumar envergonhadamente à porta dos bares e restaurantes, como um cão tinhoso; enfim, se eu escrever velho em vez de «idoso», drogado em vez de «tóxicodependente», cego em vez de «invisual», preso em vez de «recluso» ou impotente em vez de «portador de disfunção eréctil», vou ser adoptado nas escolas do país como exemplo do vocabulário que não se deve usar. Vou confessar tudo, vou abrir o peito às balas: estou a ficar farto desta gente, deste cerco de vigilantes da opinião e da moral, deste exército de eunucos intelectuais.Agora vêm-nos com esta história dos «cartoons» sobre Maomé saídos num jornal dinamarquês. Ao princípio a coisa não teve qualquer importância: um «fait-divers» na vida da liberdade de imprensa num país democrático. Mas assim que o incidente foi crescendo e que os grandes exportadores de petróleo, com a Arábia Saudita à cabeça, começaram a exigir desculpas de Estado e a ameaçar com represálias ao comércio e às relações económicas e diplomáticas, as opiniões públicas assustaram-se, os governantes europeus meteram a viola da liberdade de imprensa ao saco e a srª comissária europeia para os Direitos Humanos (!) anunciou um inquérito para apurar eventuais sintomas de «racismo» ou de «intolerância religiosa» nos «cartoons» profanos. Eis aonde se chega na estrada do politicamente correcto: a intolerância religiosa não é de quem quer proibir os «cartoons», mas de quem os publica!A Dinamarca não tem petróleo, mas é um dos países mais civilizados do mundo: tem um verdadeiro Estado Social, uma sociedade aberta que pratica a igualdade de direitos a todos os níveis, respeita todas as crenças, protege todas as minorias, defende o cidadão contra os abusos do Estado e a liberdade contra os poderosos, socorre os doentes e os velhos, ajuda os desfavorecidos, acolhe os exilados, repudia as mordomias do poder, cobra impostos a todos os ricos, sem excepção, e distribui pelos pobres. A Arábia Saudita tem petróleo e pouco mais: é um país onde as mulheres estão excluídas dos direitos, onde a lei e o Estado se confundem com a religião, onde uma oligarquia corrupta e ostentatória divide entre si o grosso das receitas do petróleo, onde uma polícia de costumes varre as ruas em busca de sinais de «imoralidade» privada, onde os condenados são enforcados em praça pública, os ladrões decepados e as «adúlteras» apedrejadas em nome de um código moral escrito há quase seiscentos anos. E a Dinamarca tem de pedir desculpas à Arábia Saudita por ser como é e por acreditar nos valores em que acredita?Eu não teria escrito nem publicado «cartoons» a troçar com Maomé ou com a Nossa Senhora de Fátima. Porque respeito as crenças e a sensibilidade religiosa dos outros, por mais absurdas que elas me possam parecer. Mas no meu código de valores - que é o da liberdade - não proíbo que outros ofaçam, porque a falta de gosto ou de sensibilidade também têm a liberdade de existir. E depois as pessoas escolhem o que adoptar. É essa a grandediferença: seguramente que vai haver quem pegue neste meu texto e o deite ao lixo, indignado. É o seu direito. Mas censurá-lo previamente, como alguns seguramente gostariam, isso não.É por isso que eu, que todavia sou um apaixonado pelo mundo árabe e islâmico, quanto toca ao essencial, sou europeu - graças a Deus. Pelo menos, enquanto nos deixarem ser e tivermos orgulho e vontade em continuar a ser a sociedade da liberdade e da tolerância."

Miguel Sousa Tavares

sábado, fevereiro 18, 2006

Uma justa homenagem

Morreu hoje o Senhor Dr. João Morais Leitão, distintíssimo Advogado, Ministro na Aliança Democrática e ex candidato à presidência do CDS, partido do qual - julgo – sempre se manteve como militante (o que por estas bandas…).

Apesar do seu nome não ser, hoje, muito badalado creio que um dos erros históricos do CDS foi o de não o ter eleito Presidente (sem detrimento do Presidente então eleito - Adriano Moreira).

Já agora, um outro erro histórico do CDS foi o de não ter eleito Lobo Xavier, elegendo Manuel Monteiro.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Programa Mais


Eu vou. Alguem quer vir?

[mais info aqui]

Protestos por todo o mundo

Inimigo Público


Imagem de Sócrates de muletas leva multinacionais a investir 1850 milhões em Portugal. A imagem correu mundo e fez sangrar o coração de muitos capitalistas empedernidos: Sócrates de muletas e amparado por um velhinho que ainda se via obrigado a trabalhar com 81 anos de idade. O que se seguiu foi a caridade para com um povo de inválidos e idosos e a chuva de investimentos da Ikea, da Autoeuropa, Vidago, Agni, Advansa, Repsol e no turismo e nas energias renováveis. Em 2007 o governo deverá propor a Cavaco que visite a Casa Branca com um colar cervical.

27 Janeiro 2006 - o Inimigo Público.

[Diogo Duarte Campos]

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Só para chatear uma enorme minoria

D. Dinis, filho de D. Duarte duque de Bragança, pretendente ao trono de Portugal, dirigiu-se ao pai e disse.

- Paizinho, sou gay.

- Não, meu filho - respondeu D. Duarte.

- EU é que sou Guei, a mãezinhaé gainha e tu és pguincipe.

A pergunta que se impõe

Vende com ou sem goden-share?

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Ele sabe o que diz!

"Marques Mendes na Sonae não dava nem para porteiro"

Belmiro de Azevedo - 17/07/99

...Mas zangam-se com cartoons!




via e-mail

[Diogo Duarte Campos]

MOLICEIRO do futuro

Omoliceiro do futuro vai chamar-se moliate. O nome diz quase tudo. É uma mistura de moliceiro com iate, uma combinação para o barco tradicional da ria se transformar numa embarcação confortável que permita passar horas ou dias na laguna de Aveiro. O projecto da Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro (AARBM) , a única entidade que ainda constrói moliceiros, está para ser aprovado pelo Instituto Marítimo Portuário, contando a AARBM fabricar ainda este ano o primeiro moliate, o moliceiro cabinado. O estilista Miguel Vieira foi convidado para desenhar e decorar a embarcação, que irá custar entre 35 a 50 mil euros.
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Tradicional não acaba
"Isto não significa o fim do moliceiro tradicional", frisa Eduardo Costa, o novo presidente da AARBM, uma instituição sediada na Murtosa. "Os nossos estaleiros vão continuar a fazer moliceiros, mas para isso é necessário que haja encomendas", lembra. O que não aconteceu o ano passado. O único estaleiro que constrói moliceiros apenas reconstruiu embarcações em 2005. "Perto de meia centena, mas nenhum novo", confirma o responsável da associação.
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A Câmara de Aveiro, e também a de Ovar, têm sido os principais impulsionadores da produção de moliceiros, "mas não chega", diz Eduardo Costa. "É necessário que as restantes autarquias da região e a própria Associação de Municípios da Ria digam o que querem para o barco histórico. Temos a estrutura montada, só falta quem garanta a sustentabilidade do ex-libris", refere o presidente.
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É neste quadro de marasmo que surge a ideia de avançar com o projecto de um moliceiro com cabina, à imagem de outras embarcações tradicionais europeias que se actualizaram em termos de conforto, navegando ao encontro das necessidades do mercado. "O moliceiro não tem condições para se passar muitas horas na ria, não só pelo desconforto, mas também devido à navegabilidade, daí a ideia do moliate", contextualiza Eduardo.
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Capacidade para 10 pessoas
A cabina vai alterar a estrutura do barco. Uma empresa de Lisboa efectuou o projecto de estabilidade da nova embarcação que manterá, todavia, uma série de características tradicionais, como as cores, os desenhos, as legendas e o comprimento. O moliate medirá cerca de 15 metros, mas será mais largo. Terá quatro metros. O moliceiro tem cerca de 2,60 metros. "Ficará equipado com beliches e outras estruturas de apoio, podendo acolher até 10 pessoas", avança Eduardo Costa.
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A decoração interior, bem como o design do moliate, deverá ficar a cargo do estilista Miguel Vieira, um aveirense do norte do distrito, que já fez um primeiro esboço do barco. Miguel Vieira não quer, para já, apresentar a primeira imagem, pois poderá não ser a definitiva.
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O moliate poderá vir a ser feito em fibra de vidro, mas o primeiro será feito em madeira, tal como os moliceiros, e já tem destinatário(s). "Um grupo de directores vai comprar o primeiro", revela o presidente. O moliceiro cabinado custará "entre 35 e 50 mil euros", estima o director, que espera ver ainda este ano o primeiro moliate na ria de Aveiro.
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A associação espera construir quatro moliates por ano, devendo, para isso, contratar mais dois mestres de carpintaria. Do estaleiro da Murtosa sairá a embarcação que "permitirá aos amantes do moliceiro gozar a ria com todo o conforto", conclui Eduardo Costa.
ín Jornal de Notícias

Câmaras vídeo vão ajudar a gerir tráfego

Foi baptizado Mobiriae é um sistema de controlo e vigilância de tráfego, a partir de câmaras de vídeo, que vai possibilitar a gestão, a prazo, do trânsito automóvel na cidade de Aveiro, 24 horas por dia.
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O projecto, no qual estão envolvidos outros municípios vizinhos, como Águeda, Estarreja e Ílhavo, está a ser desenvolvido no âmbito do programa Aveiro-Digital.
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A vigilância incidirá, prioritariamente, sobre o trânsito em dois percursos (Águeda-Aveiro-Ílhavo e Estarreja-Aveiro-Ílhavo) tidos como aqueles que têm maior impactos directo no tráfego interno de Aveiro. As imagens captadas pelas câmaras, colocadas em pontos estratégicos, como as entradas na cidade, e toda a informação recolhida a partir da medição dos fluxos de tráfego serão centralizadas - e analisadas - numa sala de operações, a instalar na Câmara de Aveiro, a partir da qual poderão, ,numa fase mais adiantada, ser geridos, por exemplo, os semáforos.
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A Câmara desencadeou, ontem, uma consulta-prévia a várias empresas, com vista à aquisição do equipamento principal - as câmaras de vídeo.
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Em matéria de mobilidade, o executivo abriu, também, concurso para o fornecimento continuado dos pilaretes que vão, gradualmente, substituir as bolas de ferro, existentes em muitos passeios, que dificultam os movimentos de deficientes e cidadãos com mobilidade reduzida. E aprovou uma série de alterações de trânsito, na zona envolvente do mercado Manuel Firmino, cujas obras deverá estar concluídas dentro de um mês.
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O acesso ao mercado, a partir da avenida Lourenço Peixinho, passa a fazer-se pela rua Silvério Pereira da Silva e a saída pela Travessa do Mercado, sempre em sentido único.
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Devido às obras, o posto de recepção das BUGAs existente ao fundo da Travessa do Mercado vai ser transferido, provisoriamente, para perto da Casa Municipal da Juventude. O novo arranjo da área envolvente do Manuel Firmino, na medida em que contempla a pedonalização do espaço entre a frente do mercado e a ria, acarretará o fecho da rua do Canal do Cojo (traseiras do Banco de Portugal), excepto para cargas e descargas e acesso a garagens. A prazo, o plano é mais ambicioso, diz o vereador Capão Filipe, e passa pela valorização das fachadas, por forma "a criar uma frente urbana de qualidade capaz de concorrer com o Fórum".
in Jornal de Notícias

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

no comments

CPC Sever do Vouga

É com orgulho que estive presente no jantar de tomada de posse da Comissão Política Concelhia da Juventude Popular de Sever do Vouga, onde denotei vontade e disponibilidade para trabalhar e elevar o nome da JP e do Partido!

Aproveito esta oportunidade para mais uma vez deixar aqui os meus votos de trabalho profícuo mas recompensador.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Este é o nosso combate

"Não comento os fétiches dos conservadores marialvas. Mas, quando estão em causa valores como a liberdade ou a democracia, prefiro partilhar a rua com a esquerda - e se a direita vale o que vale em Portugal, é em grande parte porque deixou a rua entregue às esquerdas - do que partilhar o silêncio ou o apaziguamento de fulgurantes personalidades como o Prof. Freitas do Amaral perante a violência fundamentalista. Cada um faz a cama em que se deita."

PPM via oacidental.blogspot.com

Ainda os cartoons...

Numa noticia de hoje no Público o Hamas oferece-se para mediar um diálogo entre os países ocidentais e o mundo àrabe sobre a polémica dos cartoons. Como bom mediador que um grupo de terroristas pode ser, obviamente que assume desde já o seu papel de neutralidade e de imparcialidade, ao colocar condições sobre como esse diálogo deve ocorrer. No entender do Hamas, para que este grupo/"partido" possa exercer as suas funções de mediador, os estados ocidentais devem pedir desculpas pelos cartoons e, vejam só, introduzir restrições nas suas leis que tratem a liberdade de imprensa. Estou certo de que este novo método de mediação vai ser um sucesso, pois começar por pedir a solução para o problema, impondo condições sobre uma das partes, de certeza que garantirá uma rápida mediação a bem de todas as partes! Enfim, caímos no ridiculo do mundo, pois só assim se entende que um grupo de terroristas se apresente como mediadores num conflicto em que uma das partes utiliza cartoons e a outra queima embaixadas, ameaça a integridade fisica de cidadãos de outros países, provoca manifestações violentas por todo o mundo. Haja paciência (como diria o meu amigo Diogo Campos)!

Coisas que não entendo

Como se sabe os trabalhadores da PT não se têm cansado de tecer comentários à possível OPA da SONAE sobre a PT, alguns deles num tom perfeitamente desajustado.

Mas pior do que o tom, é falta de vergonha: tenham dito tudo e mais alguma coisa sobre a oferente (não tem capacidade financeira, vai desmembrar a PT, etc.), mas quando esta os convida para conversarem diz que não! Ao melhor estilo - assim temos toda a liberdade para dizer todo e qualquer disparate e no final até podemos dizer, rectius, acusar que ninguém nos ouviu!

Se é prematuro falarem com o oferente, não será também prematuro emitir comunicados?

É que a coerência é uma coisa bonita!

Seminários promovidos pelo CDS-PP





























Lá estaremos.

Norte Nome de Portugal

Fotografia: Inês Gonçalves
Texto: Miguel Esteves Cardoso

Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.

Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas. Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.

Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte.

Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.

No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

O Norte é feminino. O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.

As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.

Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem.

As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos. O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.

Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte". Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo.

Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima.
Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.

O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?

in K, Nº 2, Novembro de 1990

[Diogo Duarte Campos]

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

IKEA Vs. Moviflor?

"IKEA Vs. Moviflor?


No momento de crise económica que o país atravesse muito se tem falado da necessidade de conseguir captar investimento estrangeiro. Da criação da API, presidida agora por Basílio Horta, até à referência de Cavaco Silva sobre a necessidade de termos um Secretário de Estado para o Investimento Estrangeiro, muito se tem dito e escrito sobre este tema.

Por isso, os investimentos estrangeiros que o IKEA e outras empresas decidiram realizar em Portugal foram apresentados pelo Governo como uma vitória nacional.

Não quero, aqui, negar o enorme papel que o investimento estrangeiro, a par do turismo, poderão desempenhar na retoma económica do país. Mas, não poderei deixar chamar a atenção para as desigualdades envolvidas por estes investimento e para os efeitos perniciosos que os mesmos acarretam.

Com efeito, sabemos que estes investimentos estrangeiros, num mundo de concorrência global, são atraídos designadamente por incentivos fiscais. Assim, certamente que o Governo Portugal concedeu alguns benefícios àquelas empresas para que as mesmas optassem por investir em Portugal.

Significa isto que a sueca IKEA muito provavelmente irá, nos próximos anos, pagar menos impostos que a portuguesa Moviflor, sua concorrente na produção de mobiliário. Ora, esta relação de concorrência desleal só pode agigantar ainda mais a multinacional IKEA face à pequena Moviflor.

Assim, se amanhã a Moviflor resolver despedir funcionários, ou mesmo fechar portas e, depois de amanhã, o IKEA decidir mudar as suas instalações para um qualquer país do leste europeu, de pouco servirá ao país gritar contra o desemprego. Afinal de contas, quem são os culpados?

Tudo o que foi dito não fere em nada o princípio de que a atracção de investimento estrangeiro é benéfica ao país. E, temos sempre de ter presente que não é possível exigir que as empresas que decidam investir em Portugal se fixem no nosso país para sempre. No entanto, uma adequada política fiscal passaria necessariamente pela baixa dos impostos para todas as empresas (sejam estas investidores estrangeiros e nacionais), e não através da concessão de benefícios a la carte, com excepção de sectores verdadeiramente estratégicos e inovadores em Portugal (como a Auto-Europa).

Só uma forte diminuição da pressão fiscal sobre todas as empresas para níveis próximos dos aplicados nos países de leste permitirá ao país atrair investimento estrangeiro sem, com isso, ferir de morte empresas nacionais."

Filipe de Almeida Matias Santos

in Diário de Aveiro 2006-02-09

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Ó Tempo anda para trás!

A comissão de trabalhadores (CT) da Portugal Telecom alertou hoje que a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Sonae sobre a PT pode pôr em causa o futuro do grupo e dos seus trabalhadores. Por isso, defendem a manutenção da blindagem dos estatutos e do controlo do Estado sobre a empresa através da «golden share».
Se a OPA for bem sucedida «a PT pode ser retalhada, a TMN e a Multimédia vendidas, a VIVO vendida à Telefónica e os centros de decisão de uma empresa estratégica para a independência do país passarem a ser controlados pelo exterior», refere o comunicado da comissão.
«As notícias que circulam têm contornos pouco claros porque não se sabe quem está por detrás da Sonae, sendo do conhecimento público que a empresa de Belmiro de Azevedo, por si só, não tem capacidade para uma operação desta envergadura».
Em comunicado, os trabalhadores recordaram que o parceiro da Sonaecom é a France Telecom e que o banco anunciado para esta operação é o espanhol Santander.
Neste sentido, a CT defende a manutenção da blindagem dos estatutos e do controlo do Estado sobre a empresa através da «golden share» e o aprofundamento da sua posição accionista «como uma forma mais segura de acautelar os interesses nacionais, da empresa e dos trabalhadores».
Os trabalhadores lembraram que o sucesso da operação está dependente da posição do accionista Estado, uma vez que este pode intervir através da «golden share» impedindo a desblindagem dos estatutos que só pode ser feita em assembleia geral de accionistas.
«Ou Belmiro de Azevedo teve luz verde para avançar com a OPA através da garantia de que os obstáculos seriam removidos ou então por detrás da iniciativa estarão outros objectivos que ainda não descortinámos», lê-se no comunicado.
Face à situação, a CT já propôs aos sindicatos representativos dos trabalhadores da PT uma reunião com carácter urgente.

Descubra as diferenças

Entre a coragem e a determinação de uns face ao politicamente correcto de outros.

Este, também não é o meu MNE!

Porque duas pessoas do mesmo sexo não podem casar-se

Desejava poder partilhar a minha opinião num ambiente de autêntica liberdade, mas sei que vou afrontar a intolerância dos que rotulam de homofóbicos todos os que tentam explicar com razoabilidade o carácter institucional do casamento e a sua natureza. Contudo, é perfeitamente possível reprovar a homofobia, respeitar as opções sobre a vida afectiva e sexual de cada um e defender que o casamento deve continuar a ser contraído apenas por duas pessoas de sexo diferente, como é o meu caso.

Tenho além disso o máximo respeito pelas duas senhoras que pretendem casar e espero sinceramente que a exposição mediática não as prejudique. Prestaram-se a ser um instrumento ao serviço de uma estratégia política, muito dispendiosa, que, de recurso em recurso, vai acabar numa acção contra o Estado português no TEDH. É mais um passo num percurso que já foi percorrido noutros países e está descrito nos manuais. Quem acompanha estas questões sabe da sequência aconselhada: primeiro, esvaziar o conteúdo do casamento, minando a sua estabilidade de maneira a poder dizer-se que já não é mais do que a forma jurídica de uma relação afectiva; depois, regular as uniões de facto, sob a bandeira da liberdade, alegando que o amor não precisa de "papel passado"; finalmente, tentar a equiparação das uniões hetero e homossexuais. A partir do momento em que se atinge esta fase da batalha política, nunca mais se ouve falar das uniões de facto homossexuais. E compreende-se: tudo não passava de um meio para alcançar outros fins, as uniões de facto são um ponto de passagem, uma forma de provocar a banalização e o reconhecimento social das relações entre pessoas do mesmo sexo. Lamento que, pelo caminho, se atropelem algumas pessoas que mereciam ter a protecção do Direito e que são continuamente enganadas com uma lei que não serviu os seus interesses e não serviu para nada senão para atingir objectivos políticos.

Do que se trata é de leis, e a argumentação de suporte à pretensão referida sustenta que existiria uma inconstitucionalidade no facto de a lei civil impedir o acesso ao casamento a duas pessoas do mesmo sexo. A inconstitucionalidade residiria na circunstância de a Constituição reconhecer que "todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de plena igualdade", pelo que a lei civil estaria a discriminar as pessoas do mesmo sexo que queiram casar, o que, aliás, é expressamente proibido pelo actual texto constitucional, que impede a discriminação segundo a orientação sexual. A argumentação é, além de medíocre e falaciosa, pouco séria, pois qualquer aluno Direito aprende no primeiro ano, não só o significado do princípio da igualdade, como imposição de tratamento igual para o que é efectivamente igual, mas também que os direitos fundamentais podem sofrer limitações, desde que justificadas por critérios de necessidade, adequação e proporcionalidade. Tal é o caso do direito de casar, que é vedado a muitas pessoas, por exemplo, por razões de idade, de parentesco ou de afinidade, ou por causa da subsistência de vínculo anterior.

A argumentação utilizada, ao sublinhar a tutela dos direitos individuais, pretende fazer-nos esquecer que a regulação do casamento tem a ver com a sociedade no seu conjunto e com a dimensão institucional do casamento. Os indivíduos e os grupos têm todo o direito de pretender combater a instituição, como já fizeram antes, em nome das uniões livres. Agora são os mesmos que desejam estender o "jugo" do casamento às pessoas do mesmo sexo. Eles não querem verdadeiramente reformar o casamento. Querem destruí-lo.

A instituição do casamento como contrato entre um homem e uma mulher tem origem no facto de a pessoa humana ser homem e mulher, com uma inclinação sexual recíproca que é condição da geração dos futuros membros da sociedade e, consequentemente, da continuidade da Humanidade. Estes movimentos que estão a apoiar as duas mulheres que ambicionam casar querem fazer-nos acreditar que a Humanidade se divide em heterossexuais e homossexuais e não entre homens e mulheres, confundindo preferências sexuais com identidade sexual. Claro está que também existem os bissexuais, que, para não serem discriminados, deverão poder casar com mais duas pessoas de diferente sexo, de forma a poderem ver respeitada as suas preferências em cada dia. E parece que há ainda os transgenders, as dragqueens, que eu, à luz do dia, só tenho visto nas paradas, e que, nos filmes do Almodovar, aparecem como infelizes homens que vestem roupa e implantes de mulheres, utilizam em relação a si próprios pronomes e concordâncias do género feminino, mas não mudam de sexo, mantendo os órgãos sexuais masculinos e uma preferência por relações sexuais com homens.

Respeitem-se as preferências sexuais de cada um, sem lesar o nosso direito à instituição do casamento. Nesta questão não me importo de ser "conservadora". Quero realmente conservar a instituição do casamento. Quero invocar a garantia constitucional que existe relativamente à instituição do casamento e assegurar que os meus filhos poderão casar. Se for preciso, usem-se os meios de tutela dos "interesses difusos" ligados à permanência da instituição.

Rita Lobo Xavier
Professora de Direito da Família da Faculdade de Direito da Universidade Católica-Porto
Membro do Conselho Económico e Social do CDS-PP

Artigo publicado no PÚBLICO

[Diogo Duarte Campos]

O valor da liberdade

No dia 5 de Dezembro de 1992 na "Revista" do Expresso surge a controversa ilustração de António da habitual crónica de João Carreira Bom: o Preservativo Papal. Esta foi a polémica mais quente em que António se viu envolvido. Com este cartoon António procura criticar a interdição papal do preservativo, apesar da deflagração da SIDA. A reacção não foi imediata, mas três meses mais tarde a controvérsia explode quando um grupo católico organiza um abaixo-assinado de 20 mil assinaturas, e move uma queixa à Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS).

Na imprensa nacional, as opiniões flutuaram entre a defesa do direito à livre expressão e criação (defendido por personalidades como Baptista Bastos, Cid, José Augusto França, Herman José, Maria do Céu Guerra, Mário Viegas, Raul Solnado e outros) e a condenação da "mão maligna" de António.

Contudo, a AACS concluiu que «a caricatura não ultrapassou os limites postos pela lei vigente à liberdade de imprensa».

1) Onde estão estes acérrimos defensores da liberdade de expressão de outros tempos? Em 92 não houve embaixadas incendiadas, ninguém morreu, não se ameaçou ninguém de morte…mas uma recolha de assinaturas…

2) Não se conhecem criticas à altura de Freitas do Amaral a condenar a decisão da AACS, que considerou, tratar-se de…liberdade de expressão!

3) A verdadeira cobardia do Ocidente em pedir desculpas aos bárbaros que de forma fundamentalista levantam ondas de ódio em todo o mundo e até ameaçaram de morte milhares de europeus, é por si só, mais condenável do que os próprios cartoons.

4) A questão pragmática, é o valor da liberdade, porque a única forma que o Ocidente do politicamente correcto tem de controlar o que os jornais publicam, é puramente censura e censurável.

5) Começo a pensar que o problema de alguns estado europeus, está no facto de começarem a perceber o que George Bush considerou ser o “Eixo do mal”, a morte de 11 pessoas no Afeganistão, e a perseguição barbara de tudo o que é ocidental, é claramente mais do que uma suposta guerra religiosa, é pura manipulação da opinião pública, perpetuada por aqueles que parte do Ocidente ousa ainda proteger.

Coisas que não entendo

A que razão deveria eu sentir vergonha da minha - nossa - liberdade?

Pura Provocação

Considerando que o capital nas mãos dos privados é mais bem investido, gerido e rentável que nas mãos do Estado, devemos concluir que a fuga ao fisco é um falso problema.

Destarte, a fuga ao fisco apenas terá um efeito negativo sobre a sociedade se essa verba não for (re)investida.


Porém, considerando que tem que haver acumulação de capital para haver investimento, apenas será uma má notícia caso essas verbas sejam desviadas para o consumo.

Para além da questão moral – estamos no limiar da invocabilidade da legítima defesa – será este mais um argumento para se admitir a fuga ao fisco?

terça-feira, fevereiro 07, 2006

CDS toma posição


Sonae Lança OPA sobre a Portugal Telecom > 2006-02-07 14:23


CDS elogia coragem da Sonae e aconselha Governo a não interferir

DE com Lusa

O CDS-PP elogiou hoje "a saudável coragem" da Sonae, que lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Portugal Telecom, e defendeu que o Governo não deve interferir neste processo.

"Salvaguardados os interesses do Estado português e dos consumidores, o respeito pelo princípio da concorrência, não vejo queargumentos pode usar o Estado para impedir este movimento, ainda por cima levado a cabo por um grupo nacional", sublinhou o deputado do CDS-PP António Pires de Lima, em declarações à Lusa.

Para o ex-dirigente democrata-cristão, "em ambientes de concorrência deve deixar-se funcionar o mercado", considerando que esta será a melhor garantia de "eficiência e transparência".

A Sonae anunciou segunda-feira o lançamento de uma OPA sobre a Portugal Telecom, condicionando o sucesso da operação à restrição dos poderes do Estado, que tem uma "golden share" na empresa, ou à aceitação do plano de reestruturação da empresa.

Por outro lado, Pires de Lima elogiou "o acto de saudável coragem" da Sonae, ao disponibilizar-se para um mega-investimento em Portugal.

"O CDS não pode ficar indiferente a esta disponibilidade corajosa por parte de um grande grupo nacional", salientou, salvaguardando que será necessário conhecer melhor o teor da operação para se poderem fazer mais comentários.

in DE 2006-02-07

A ler

Embora não concorde com tudo, cá está um excelente texto.


Meus senhores, estamos em guerra
Os europeus, acomodados ao poder protector dos norte-americanos desde a Guerra Fria, ainda não se tinham dado conta da magnitude do perigo iminente que impende sobre as suas cabeças. Esqueceram-se dos 700 anos de lutas na Península, dos corsários sarracenos que ainda no século XIX assolavam as costas do Levante espanhol, chegando tais incursões a Santa Cruz (Cadaval); esqueceram-se das razias na Sicília, das matanças de Rodes e do estupro e degola das religiosas sobre os altares de Santa Sofia, em Constantinopla; esqueceram-se de Mohacs (1526), do cerco a La Valetta (1565), das batalhas de Lepanto (1571) e de Matapan(1716), do cerco a Viena, salva in extremis (1683); haviam-se esquecido do massacre de Chios e do genocídio dos Arménios (1915); haviam relativizado, distanciando as narinas, das práticas correntes de tortura, massacre indiscriminado e purgas que cobrem todo mundo islâmico de cemitérios. Depois do 11 de Setembro, pensou-se que a América "tinha de pagar" e nós, os sempiternos compreensivos, recolheríamos a simpatia dos seguidores do Livro. Pobres tontos, reféns do racionalismo, julgávamos que mesmo um fanático é conversível às subtilezas da faculdade de julgar. Pensávamos que da abastança e seus frutos as trevas da superstição retrocederiam. O sonho acabou. Eles querem destruir aquilo que abominam. O nosso mundo - da liberdade, da democracia, dos direitos do homem [e da mulher], da separação entre o Estado e a religião, da autonomia do saber face à crença, da aceitação, até, ao direito da descrença - é uma soma de anátemas aos olhos de quem se submete a uma revelação que se recusa pensar. Eles são os analfabetos da razão.Aos olhos dessa gente, todos somos alcoólicos, materialistas, debochados e impotentes . Aos olhos dessa gente, as europeias são todas prostitutas. Aos olhos dessa gente, "somos aquilo que comemos" (porcos). A nossa arte, a nossa literatura, a nossa filosofia, as nossas leis são a manifestação da presença do demónio, pelo que devem ser destruídas para glória de Alá. O Ocidente é o grande Pan (pã), produto do Tentador. Fechem-se as bibliotecas, queimem-se as pinacotecas, triture-se a escultura, proiba-se a música, a dança e o desporto.Se para eles acabou o tempo da transigência, para nós ocidentais, herdeiros da Hélade, do Direito, da Revolução Científica e das Luzes, acabou o tempo da relativização. O mundo deles está em agonia. O nosso, supenso no gume de uma lâmina. Quando o Islão desaparecer, a humanidade pouco perderá. Se o Ocidente adulto perecer, voltaremos à condição de crianças aterrorizadas.

[Diogo Duarte Campos]

Perguntas Ingénuas

Se a PT é praticamente toda privada (99,9% do capital) para que raio é que um OPA lançada por outra empresa, esta de capital 100% privado, precisa do beneplácito do Governo?

Ressurgimento do Norte

Américo Amorim compra 33% da Galp.

Belmiro de Azevedo lança OPA sobre a PT.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

A Ler...

... Mais um excelente post do FMS

Que pensará disto Maomé?
Já que estamos numa de indignação e blasfémia, cá vai. De todas as grandes fortunas mundiais, de todos os grandes empregadores do planeta, de todos os mais criativos e profícuos criadores de riqueza, quantas e quantos começaram com uma lotaria ganha, um jackpot do euromilhões, um sete no totoloto ou um cartão de bingo preenchido? Segundo uma pequena resenha contabilística de autoria deste que assina, ZERO. A sorte apenas sorri a gente sem a mínima intenção de reproduzir o que ganha em benefício de todos e, mais, a gente sem a inclinação estética para gastar devidamente o dinheiro. Quantas casas cercadas por balaústres se terão já erguido à conta da Santa Casa da Misericórdia? Mais vale nem pensarmos nisso. Das duas, três: ou Deus não existe, ou anda a dormir, ou então não é sua intenção fundadora que os homens sejam capitalistas e adeptos do mérito. Pensemos bem nisto.

Os lucros da Banca

Tendo como pano de fundo este poste e os respectivos comentários , devo dizer que acho extraordinário que alguns fiquem aborrecidos por uma empresa dar lucro, ser bem gerida e ultrapassar momentos de crise, facto ao qual não será alheio ter-se preparado atempadamente para um mercado mundial e ser dos poucos sectores verdadeiramente concorrenciais em Portugal.
Gosto muito que a Banca dê lucro.
Acho particularmente estimulante para a nossa economia termos da melhor banca a retalho do Mundo.
Espero que consiga igual feito na Banca de Investimentos.
Se a banca conseguir ganhar esse desafio (da banca de investimentos), poderá duplicar novamente os seus resultados e eu cá estarei para aplaudir.
De uma vez por todas deixemos de querer nivelar por baixo, deixemos de apenas aplaudir a mediocridade.

domingo, fevereiro 05, 2006

A Ler

Masoquismo

È a palavra que me ocorre às reacções sobre os bons resultados da Banca em 2005.Num ano em que pouca coisa correu bem, em que o país apresenta os mais fracos indices de crescimento da UE e que estamos com claros problemas de competitividade a reacção a um sector que se preparou é esta.O grandes Bancos Portugueses estão ao nível dos melhores do mundo. Têm estratégias de internacionalização coerentes, normalmente em mercados muito exigentes e em concorrência com os melhores bancos do mundo (vejam o caso do BCP na Polónia, só para ilustrar o meu ponto). Na prática aperceberam-se das difculdades, preparam-se para elas e traçaram planos para futuro. Aparentemente isto foi bem feito com vista dos reultados alcançados.Deviamos estar contentes e apresentar a Banca como um exemplo a seguir por outros sectores e outras empresas. Se os principios de rigor e qualidade com a Banca se gere se estendessem a mais empresas teríamos seguramente um país melhor.Em vez disto os comentários foram de quase escandalo porque o país estava mal e a Banca bem. Como se a Banca se tivesse aproveitado do país para enriquecer. Depressa ficou esquecido que os spreads de crédito à habitação em Portugal são dos mais baixos da europa, que o nosso sistema multibanco é o melhor da europa e que as empresas são realmente apoiadas pela banca (já que a generalidade dos pequenos negócios se faz com recurso a crédito). Tudo isto melhora a vida das pessoas e cria-lhes valor.O espirito vigente, infelizmente, é o da inveja e o da desconfiança por quem tem sucesso e trabalha para isso. È o mesmo espirito que nos colocou no estado em que estamos. Lá fora os sucessos são seguidos, valorizados e, por vezes, copiados. Cá, os sucessos são quase um pecado. O ideal é não sair da média que no nosso caso é a mediocridade.Isto lembra-me a história da cigarra e da formiga. No Inverno a formiga estava preparada porque trabalhou no verão...

Desabafo

Com franqueza sempre me deixou louco a comparação com outros Paises. Não por autismo, não por achar que o melhor passa pelo "orgulhosamente sós", não por achar que não devemos olhar para fora, que não devemos aprender com os outros. Aliás, nestas matérias poucos povos (porventura nenhum) têm tanta autoridade como Portugal. Somos histórica e culturalmente africanistas e atlantistas, sem perder de vista que somos Europeus por direito próprio.
Mas estar sempre a dizer: tal como se faz na Alemanha, tal como já existe na França. Este discurso leva-me quase a um ataque de nervos!
Cada país é um Estado Soberano que toma, em liberdade, as suas opções, de acordo com as suas vontades, necessidades ou adequação.
O discurso "os outros já têm" é, aliás, profundamente demagógico porque geralmente apenas aplicável a medidas parcelares.
Exemplo claro, uma vez mais, da profunda demagogia do Bloco de Esquerda é a sua descoberta (a propósito dos casamentos homossexuais) que a Espanha é um País muito desenvolvido e moderno; não quererá o Bloco também defender a energia nuclear que há muitos anos existe do lado de lá da fronteira?

Dar-se ao respeito

Se o homem se quer ir embora, é mandá-lo embora.

Dar-se ao respeito

Se o homem se quer ir embora, é mandá-lo embora.

O Princípio do Fim

José Sócrates resolveu assumir mais competências no Partido Socialista. Agora, para além de Secretário Geral, passa a também a ser coordenador da Comissão Permanente.

À primeira vista este pode parecer uma mudança menor, sem grande significado.

Temo que não, temo que seja o princípio do fim da era Sócrates.

Quanto um Primeiro Ministro tem necessidade de se virar para dentro do seu próprio partido, inevitavelmente esquece-se do País. Pior deixa de ter tempo para o País.

Sócrates ainda não percebeu que será Primeiro Ministro enquanto o País quiser e não enquanto o PS deixar.

Sócrates pensa que o problema são os 20% de votos de Manuel Alegra e presta-se a trabalhar para que eles voltem para o seu reduto.

Porém, o problema é naturalmente outro: os 20% de Manuel Alegre com os 14% de Soares estão muito longe do resultado das Legislativas de Fevereiro do ano passado. Essa diferença é que deveria preocupar Sócrates porque é essa que lhe permitirá, ou não, continuar no Governo.

Sócrates preferiu tentar recuperar os 20% de Alegre, os 20% que sempre seriam do PS.

Fez mal e esqueceu-se do País.

Tristeza

Infelizmente é verdade meu caro Fernando, infelizmente.

A Ler

Pode ou não haver Liberalismo sem Cristianismo?

"De acordo com o recentemente falecido Peter Drucker, considerado o pai da administração como campo de estudo, “a única base para a liberdade é o conceito Cristão da natureza do homem: imperfeito, fraco, um pecador, pó destinado ao pó; ainda assim, o homem é a imagem de Deus e responsável por suas ações”.Se pode ou não haver Liberalismo sem Cristianismo, isso ainda será tema para prolongados e acalorados debates entre liberais das diversas frequências do espectro.Não podemos ignorar que vários escolásticos católicos dos séculos XVI e XVII figuram dentre os mais importantes precursores do liberalismo económico. Luis de Molina, por exemplo, afirma que “a lei, a jurisdição e a propriedade são coisas comuns à toda a raça humana, e estão baseadas não na fé e na caridade, mas surgem direta ou indiretamente da própria natureza das coisas e de seu fundamento primeiro”. Molina ainda “afirma a importância da liberdade individual nas trocas do livre-mercado, se opõe à regulação governamental de preços e mercados, condena a escravidão como imoral e sustenta uma teoria dos direitos da propriedade privada”.Além disso, a aparente incompatibilidade entre a economia de mercado liberal e a doutrina do Cristianismo foi devidamente negada pelo Papa João Paulo II, em sua encíclica “Centesimus Annus” e por Bento XVI na Carta Encíclica “Deus Caritas Est” (ver em e depois do adeus).Polémicas e posicionamentos anti ou pró-clericais à parte, a questão da clareza dos referenciais morais e da existência de fundamentos naturais para os direitos à vida, à liberdade e à propriedade está no cerne do Liberalismo, seja em sua face política ou económica.A liberdade somente pode existir quando as pessoas são responsáveis pelos resultados de suas escolhas. Os nossos “iluminados” de hoje, contudo, fazem questão de fingir que não sabem.Então mas o cristianismo tem ou não o "monopolio" do liberalismo?Quid Iuris"

Ainda as Presidenciais

Se Cavaco tem o apoio de 700 sindicalistas, com alguma facilidade poderemos concluir que muitos mais apoiaram Alegre, Soares, Jerónimo e Louça.

A pergunta que fica é:

Quem é que fica para trabalhar neste País?

Solidário

Alcool!

Este fim de semana estou em Berlim no grupo de trabalho do Forum Europeu da Juventude sobre Alcool e os jovens. Este grupo tem como missão definir quais são, no seu entender, as medidas e preocupações que devem ser abrangidas por uma política europeia sobre a prevenção e redução dos danos causados pelo consumo excessivo de alcool.
Para aqueles que já se estão a rir, e a gozar comigo, devo dizer-vos que esta é uma das àreas políticas mais interessantes e complexas que existe. Apesar de parecer que esta é uma questão puramente ligada à saúde pública, as suas ramificações são tão extensivas que acabamos a falar de finanças, economia, comércio, publicidade, assuntos sociais, justiça, enfim, num infindável rol de àreas políticas todas interligadas e que nos ensina muito como funcionam os lobbies e como deve funcionar uma política que tenha por objectivo o bem público, conjugando todos os interesses em conflicto de forma satisfatória para todos, mas sobretudo justa!
Até começar com este trabalho, há um ano atrás, nunca teria sido capaz de imaginar a pertinência e importância do trabalho político nesta àrea, e acredito, mesmo, que na JP deviamos olhar para esta problemática e discuti-la também, oferecendo ao país uma verdadeira campanha de combate ao consumo excessivo de alcool, sobretudo pelos jovens, observando o impacto prejudicial que isto tem em Portugal, e oferecendo soluções para este problema.
Prometo que em breve farei outro post sobre esta matéria, com ideias mais concretas sobre como devemos, e podemos, trabalhar esta questão.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

A democracia-cristã personificada

Foi ao nível pessoal um dos momentos mais marcantes pelo qual passei em toda a minha vida o de hoje á noite, na tertulia com a presença do Prof. Doutor Adriano Moreira na CUFC em Aveiro.

A lucidez e a sabedoria da vida são impressionantes, aliada a um brilhantismo só ao alcance dos mais dotados intelectualmente.

À entrada um ilustríssimo aveirense confidenciava-me "este senhor não é um intelectual, é um sabedor, porque intelectuais há muitos, basta ir ali ao café ao lado...".

E nada de mais acertado. Impressionante a clareza mental de um dos grandes democratas-cristãos portugueses.

Falou-se de cidadania, de política, de estratégia, de valores, do futuro.

De cidadania porque "a tolerância é so para aquilo que nao gostamos, quando o que é preciso é respeito":

De política porque "há falta de liderança na Europa", falta alguém que tenha coragem política para indicar o caminho. Ou porque "Portugal sempre foi grande diplomata, o melhor a seguir ao Vaticano". Ou porque "a Bíblia fala em trabalhos de Deus, que os viu e disse que eram bons, mas nenhuma dessas criações era o Estado, o Estado é uma invenção do Homem".

De estratégia porque "temos que fazer fronteiras amigáveis, em vez de expandir a união". "É preciso fazer fronteira amigável com a Russia, com a Turquia, e não enveredar por problemas como o dos curdos, do reconhecimento do Chipre, dos direitos humanos, do mundo islamico com o qual a Turquia tem fronteiras, uma fronteira amigável é suficiente".

De valores porque "a roda tem um eixo, e não é o eixo que anda". Toda a sociedade evolui "e o tempo é mais rápido que a sociedade que o acompanha", e a roda pode rolar, mas tem que manter o seu eixo, os seus valores, as suas bases.

De futuro porque "a investigação e o ensino deviam ser despesas de soberania", pois só atraves do conhecimento e da sabedoria se pode evitar "que Portugal se torne num Estado exíguo". Porque "Ciência e saber pouco são sem sabedoria": um investigador americano concluiu apos testes atómicos que "nenhum governo deveria possuir conhecimento nuclear" e apesar da ciencia e o saber o terem levado a investigar e testar o armamento nuclear, foi a sabedoria que o levam a recomendar evita-lo, mesmo que tal custasse a sua carreira...

Por isso meus amigos, este dia marcou-me, mudou a minha forma de ver o mundo. Este é sem dúvida um grande senhor, das mentes mais brilhantes do nosso País. E cujo passado é a todos os níveis notável! Infelizes daqueles que perderam uma oportunidade de escutar e beber e absorver cada palavra do Prof. Doutor Adriano Moreira. E que para que conste, curiosamente é do CDS!

Microsoft também em Aveiro

Universidade de Aveiro lança CET apoiado pela Microsoft

A Universidade de Aveiro vai levar a cabo, no próximo ano lectivo, um curso de competências em software, apoiado pela Microsoft. O acordo será firmado hoje, em Lisboa, pelo Governo português e pelo próprio Bill Gates, dono da multinacional americana.
O protocolo de cooperação será assinado entre a Microsoft em Portugal e o Governo português, com vista à elaboração de cursos tecnológicos a ministrar nas universidades de Aveiro, Beira Interior e Minho.

Este protocolo para o desenvolvimento de competências em software envolve um conjunto de entidades, onde se incluem as três academias onde serão ministrados os cursos, bem como o IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento, a Forino (Escola de Novas Tecnologias, com sede em Lisboa) e a Recet (Associação dos Centros Tecnológicos de Portugal).

Para a Universidade de Aveiro este protocolo permite criar um Curso de Especialização Tecnológica (CET), de nível IV, no domínio das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação. De acordo Manuel Assunção, vice-reitor da academia aveirense, este curso terá «uma componente prática muito forte na área da programação, gestão e administração de sistemas» de software.

Este curso será ministrado pelas quatro instituições de ensino – as três universidades públicas e a Forino –, comportando, assim, «quatro edições do mesmo curso, de uma forma descentralizada», sublinhou Manuel Assunção, destacando que se, tal como é esperado, se registarem muitas inscrições no curso, este poderá ter mais do que uma turma, estando ainda por definir se o curso será ministrado em horário normal ou em pós-laboral. Certo é que o curso terá início já no próximo ano lectivo, em Outubro.

Público-alvo

Tal como aconteceu com os demais Cursos de Especialização Tecnológica – CET, que a Universidade de Aveiro ministra, o curso apoiado pela Microsoft verá divulgado, oportunamente, a forma de inscrição. De registar que a UA espera atingir um público, «numa primeira fase, de 200 jovens», sendo que a continuidade do protocolo dependerá da avaliação que no final do primeiro ano será feita pelas entidades envolvidas.

O vice-reitor da Universidade de Aveiro, Manuel Assunção, espera com este curso «contribuir para o emprego qualificado de jovens nas empresas, ajudando, simultaneamente, ao desenvolvimento das próprias empresas», uma vez que considera ser «importante ajudar as novas empresas a serem mais produtivas» e cursos marcadamente tecnológicos poderão, no seu entender, dar um forte contributo nesse sentido. Este curso denota, de resto, uma cooperação entre o tecido empresarial e os centros de saber para identificação de necessidades de formação, uma parceria que Manuel Assunção classifica de «interessante», já que permite que a UA dê um contributo para o emprego dos jovens.

Videoconferência com Lisboa

A Universidade de Aveiro vai ligar-se, hoje, com Lisboa para acompanhar intervenções de Bill Gates e José Sócrates. Pelas 15.30 horas, terá lugar, na reitoria da UA uma sessão de apresentação do programa «Competências em software, um contributo da Microsoft para o Plano Tecnológico» e, às 16 horas, está previsto o estabelecimento de uma ligação por videoconferência ao Hotel Sheraton, em Lisboa, onde Bill Gates e José Sócrates apresentam os projectos de colaboração da Microsoft com o Governo português.

No estúdio de videoconferência da Universidade de Aveiro, localizado no edifício da Reitoria, estará às 15.30 horas, António Oliveira, da Oliveira e Irmão, SA, para falar sobre «A importância das TIC na competitividade das empresas», bem como Osória Veiga, Gestora do ACE-Aveiro do IAPMEI, e Nuno Costa, da Microsoft, para apresentarem o programa «Competências em software, um contributo da Microsoft para o Plano Tecnológico»; um projecto que prevê o desenvolvimento de parcerias para a oferta de formação pós-secundária em Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Às 16 horas, será estabelecida uma ligação por videoconferência ao Hotel Sheraton, em Lisboa, para transmissão das intervenções do Chairman da Microsoft Corporation, Bill Gates, e do Primeiro-Ministro, José Sócrates.


in Diário de Aveiro 2006-02-01

[via Neo-Liberalismo]